sábado, 28 de junho de 2014

Você


Essa música é pra você, pai. Tanta saudade!

Essa é a música da minha alma para sempre; nossa música pai. Minha e sua. Aos bons e poucos momentos em que tive você comigo.

Lembra quando a ouvíamos na sala de casa enquanto a mamãe preparava o jantar? Lembra quando eu ficava fitando seu rosto apaixonadamente? Lembra como eu te amava? Eu queria ser a sua bailarina, sua princesa. Mas você foi embora e não tive nem seus restos mortais. Seu corpo se perdeu em uma avalanche tão estranha!  Essa música é a sua cara, pai. Sabe, mamãe chorava quando ouvia. Às vezes essa era a música secreta de toda a nossa família.

Faz tempo que não choro a sua partida, mas hoje ...

Às vezes penso que em você e com você eu tive a minha parte mais autêntica. Eu era mais eu. Às vezes penso que também me perdi quando você sumiu na avalanche. que meu caminho foi interrompido bruscamente e mudei de rumo. Quando olho pra trás sempre imagino que morri também, que a Cristina que eu seria perdeu completamente a chance de ser, então ficou no passado. E é por isso que me parece que em alguma dimensão muito distante ainda estamos os dois, juntos, de mãos dadas, caminhando pela estrada em silêncio, sendo nós mesmos e seguindo o nosso destino.

Um beijo, pai.

"Como é tão triste meu Green Fields sem meu bem!"



 Lá tão distante Por trás do sol Lá bem distante Onde o pôr do sol Põe tons vermelhos Na noite como um véu Onde aos meus olhos A terra encontra o céu Vivia outrora o meu bem Em Greenfields Greenfields é o meu lar Meu mundo enfim Lá eu guardava Alguém só para mim Lá eu esperava À noite o meu bem Lá onde o sonho Morava enfim também Vivia outrora o meu bem Em greenfields Eu nao sabia Que um dia ao regressar Já nao mais teria Alguém à me esperar E que o encanto A paz e o amor Se tornasse em pranto Frio e amargor E hoje de volta Para o meu lar Já não mais encontro Alguém à me esperar Tudo é tão triste Na fria solidão Em tudo existe Envolve à mim também Como é tão triste Meu Greenfields Sem meu bem

Leva eu, sodade!




Ô leva eu, minha sodade 
Eu também quero ir
Minha sodade 
Quando chego na ladeira 
Tenho medo de cair 
Leva eu, minha sodade !

Menina tu não te lembras 
Daquela tarde fagueira?
Tu te esqueces e eu me lembro 
Ai que saudade matadeira!
Leva eu 
Minha sodade ...

Na noite de são joão 
No terreiro uma bacia 
Que é pra ver se para o ano 
Meu amor ainda me via 
Leva eu 
Minha sodade...